“O brasão de armas do Papa Leão XIV consiste em um escudo dividido em dois setores, cada um carregando uma mensagem profunda.

Do lado esquerdo, contra um fundo azul, acampa um lírio branco estilizado, um símbolo tradicional de pureza e inocência.

Esta flor, frequentemente associada à Virgem Maria, lembra imediatamente a dimensão mariana da espiritualidade do Papa.

Este não é um lembrete puramente devocional, mas uma indicação precisa da centralidade que Maria ocupa no caminho da Igreja: um modelo de escuta, humildade e um dom total para Deus.

Do lado direito do escudo, sobre um campo branco, está retratado o Sagrado Coração de Jesus, perfurado por uma flecha e adaptado a um livro fechado.

Esta imagem, intensa e carregada de significados, nos lembra do mistério do sacrifício redentor de Cristo, um coração perfurado por amor à humanidade, mas também à Palavra de Deus, representada pelo livro fechado.

Aquele livro fechado sugere que a verdade divina às vezes é velada, para ser acolhida com fé mesmo quando não é totalmente revelada.

É um convite à confiança e ao abandono, à perseverança em encontrar o significado mais profundo das Escrituras, mesmo em momentos de escuridão.

O lema escolhido pelo Papa Leone XIV, “In Illo uno unum” – tirado de um comentário de Santo Agostinho ao Salmo 127 – resume o coração da sua mensagem:

“Naquele que é Um, nós somos Um.”

Nestas palavras, reflete-se um ideal de uma Igreja unida, apesar das diferenças e tensões que inevitavelmente passam por ela.

É uma expressão de comunhão fundamentada não na uniformidade, mas no encontro no amor de Cristo, que torna a fraternidade e a reconciliação possíveis mesmo nos contextos mais complexos.

Não por acaso, na sua saudação à Igreja e ao mundo, o Papa Leão XIV falou sobre isto: de uma Igreja ponte, chamada para vencer as divisões, para abrir espaço para o encontro, a escuta e a misericórdia.

Em última análise, através do seu brasão de armas e lema, o novo Pontífice propõe uma visão de um missionário, Igreja Mariana profundamente enraizada no amor de Cristo.

Uma Igreja pronta para sofrer e para se comprometer inteiramente ao serviço do povo de Deus, com a consciência de que é somente em unidade com o Senhor que toda diversidade pode encontrar harmonia.”

Do muro de Don Davide Spinelli

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