
(…) À noite, entrando no Tríduo Pascal, a comunidade cristã revive na Missa in Coena Domini o que aconteceu na última Ceia. No Cenáculo o Redentor quis antecipar, no Sacramento do pão e do vinho transformados no seu Corpo e no seu Sangue, o sacrifício da sua vida: ele antecipa esta sua morte, entrega livremente a sua vida, oferece o dom definitivo de si à humanidade.
Com o lava-pés, repete-se o gesto com que Ele, tendo amado os seus, os amou até ao extremo (cf. Jo 13, 1) e deixou aos discípulos como seu distintivo este ato de humildade, o amor até à morte.
Depois da Missa in Coena Domini, a liturgia convida os fiéis a estar em adoração do Santíssimo Sacramento, revivendo a agonia de Jesus no Getsémani. E vemos como os discípulos dormiram, deixando o Senhor sozinho. Também hoje nós, seus discípulos, muitas vezes dormimos.
Nesta noite santa do Getsémani queremos estar vigilantes, não queremos deixar o Senhor sozinho nesta hora; assim podemos compreender melhor o mistério da Quinta-Feira Santa, que inclui o tríplice dom do Sacerdócio ministerial, da Eucaristia e do mandamento novo do amor. (…)
Bento XVI – Audiência Geral das Quarta-Feira de 7 de Abril de 2007