A Igreja madeirense conta desde este sábado, dia 15 de abril, com três novos Acólitos, instituídos pelo bispo do Funchal, no decurso de uma Eucaristia a que D. Nuno Brás presidiu na Sé do Funchal.
Diogo Sousa, do Caniçal, Tiago Andrade, da Nazaré e Aldónio Melim, do Porto Santo são os novos Acólitos, os dois primeiros com vista à Ordenação Diaconal e posteriormente presbiteral e o terceiro com vista ao Diaconado Permanente.
“Nesta oitava pascal a alegria enche-nos o coração, de uma forma particular por causa destes irmãos que vão ser instituídos Acólitos”, frisou D. Nuno, logo no inicio da celebração, lembrando que este é “um passo marcante, porque percebem esta alegria neste serviço a Jesus Cristo e aos irmãos”.
Já na homilia da celebração, D. Nuno Brás lembrou aos novos Acólitos que “servir ao altar é, no fundo, expressar este serviço maior que fazemos a Jesus ressuscitado; é deixarmo-nos conformar por este Jesus ressuscitado que está presente no altar e que dá sentido à nossa vida”.
Depois de lembrar que “Jesus continua ainda hoje a constituir um escândalo, porque isto de termos Deus no centro da história e da nossa vida é qualquer coisa que a nós nos custa a crer”, até porque “nós não sabemos o que fazer com um homem ressuscitado, com um homem que ultrapassa os limites do lugar e do tempo e se mostra como sendo uma presença no agora e no aqui”, o prelado desejou que a vida dos novos Acólitos “ganhe a forma de Jesus ressuscitado”.
“Que olhando para vocês todos os que vos encontrarem sejam capazes de dizer sim, mas Jesus está também”, frisou D. Nuno Brás, que na sua reflexão pediu ao Senhor que “Ele sempre vos acompanhe, que a sua graça sempre vos enriqueça e que a Sua vida e o Seu espírito sempre vos anime nesta caminhada em direção à ordenação”.
“A nossa missão, a missão que Deus nos dá a todos é ide e anunciai a Boa Nova, não é opcional, é algo que faz parte da nossa vida humana e da nossa vida cristã”, vincou, para logo acrescentar que “a vida humana só faz sentido com este Jesus ressuscitado”.
Verdadeiro serviço
Antes desta Eucaristia, que foi concelebrada pelo bispo Emérito D. Teodoro de Faria, pelo vigário geral, cónego Fiel de Sousa, pelos párocos das respetivas paróquias dos instituídos, entre outros sacerdotes e que contou com inúmeros familiares e amigos dos novos Acólitos, o Jornal da Madeira falou com cada um deles sobre o momento que estavam preste a viver.
A propósito, Aldónio Melim disse sentir-se “feliz por ter conseguido ir ultrapassando as várias etapas deste percurso”, desejando que “Deus me ajude a chegar à etapa final que é o Diaconado Permanente”.
Neste percurso, frisou, não lhe tem faltado o apoio da família e dos amigos, bem como “o apoio do meu pároco, o Pe. Hugo”. Ciente de que não é nem poderia ser um substituto do sacerdote, Aldónio Melim pode, no entanto, desempenhar algumas das suas funções deixando-o “um pouco mais livre para tratar de outras questões”.
Já Diogo Sousa, disse que este é “mais um dos passos que vamos dando com alguma alegria e alguma certeza de que Nosso Senhor auxilia no ministério, neste caso de Acólito”.
Um ministério, lembrou, “muito próprio de olhar para a centralidade da Eucaristia, de estar perto e ao serviço do altar, na distribuição da comunhão dentro da liturgia, mas também fora dela, nomeadamente aos doentes, que não podem estar presentes na celebração”.
Quanto a Tiago Andrade, explicou que “o ministério do Acólito é a expressão litúrgica de uma disposição interior”. O Acólito, continuou, “é aquele que serve e é visível para a assembleia cristã que se reúne a cada domingo, a cada Eucaristia”. Claro que, vincou, “aquilo que somos na liturgia, somos chamados a ser na vida: a estar no meio do mundo como quem serve”.
De resto, é por isso que aquilo que achamos ser mais um degrau no caminho ascendente, “na verdade subimos mas descemos, porque servir a Deus é descer cada vez mais, até lá ao fundo e ser como Ele”.